quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Cabral e o funcionalismo público

Parece que o nosso (infelizmente) governador não gosta mesmo dos seus funcionários.
Em mais uma decisão absurda e arbitrária, Sérgio Cabral resolveu ceder o prédio do IASERJ, que deveria atender aos servidores estaduais, ao INCA (instituição federal), que pretende demolir o prédio.
Como vocês sabem, sou funcionária pública e, se dependesse exclusivamente do salário do estado, não conseguiria pagar as minhas contas. Imaginem ter que pagar um plano de saúde?
Não utilizo o IASERJ, mas é um direito do funcionário público estadual.
Resumindo: além de nos pagar um salário miserável (desafio o governador a sobreviver com o que ele nos paga), somos xingados (vândalos, vagabundos, preguiçosos, irresponsáveis...), humilhados e temos nossos benefícios cortados. Será que ninguém vê que este governador só atende aos interesses de empresários (que, na maioria das vezes, nem do Rio são)?
Vejam denúncia publicada no site do sindicato dos professores.

Abraços!

Defensoria Pública da União condena projeto de demolição do Hospital Central do Iaserj

A Defensoria Pública da União, juntamente com representantes de vários setores do funcionalismo estadual, fez uma visita às dependências do Hospital Central do Iaserj, que sofre ameaça de demolição após ser cedido pelo governo do estado para que o Instituto Nacional do Câncer (Inca) construa ali um prédio anexo. A vista foi realizada no dia 29 de julho e o defensor público André Ordacgy, depois de inspecionar as instalações do Instituto afirmou que irá tentar evitar a demolição da unidade de forma extrajudicial. “Caso não consigamos, acionaremos a Justiça Federal para impedir que isto aconteça”, afirmou Odacgy, na frente de dirigentes de várias entidades sindicais e técnicos da Defensoria.

O Hospital Central do Iaserj foi cedido pelo governador Cabral Filho ao Inca que pretende demoli-lo para construir, no lugar, um centro de pesquisas em oncologia. “Temos marcada uma reunião com o diretor do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Luiz Antônio Santini, na qual vamos tentar mostrar a ele que um órgão federal não pode demolir um hospital do estado, até porque cabe ao Poder Público garantir a manutenção das unidades de saúde, bem como a construção de novos hospitais e não a destruição dos já existentes”, adiantou Ordacgy.

Perplexidade

Ao inspecionar o Iaserj, o defensor público federal constatou o sucateamento que vem sendo imposto pelos seguidos governos estaduais e que se aprofundou, ainda mais, no governo Cabral Filho. Em contrapartida, pôde ver que pavilhões inteiros do hospital estadual continuam funcionando, atendendo a milhares de pessoas por mês.

“Minha conclusão, após esta inspeção, é que o governo do estado do Rio está propositadamente sucateando o Iaserj, mas que, apesar disto, a unidade continua prestando serviços importantes, atendendo não apenas aos servidores do estado, que são os verdadeiros proprietários dele, mas também à população servida pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse. Outra conclusão dele, é que, por isto mesmo, o Iaserj tem que ser mantido em funcionamento. “Não se justifica a demolição. Quando se trata de saúde pública, tem que se manter o máximo de unidades em funcionamento e não eliminá-las como se está tentando fazer agora”, reafirmou.

Demolição é inconstitucional

André Ordacgy acrescentou que a demolição do Hospital Central do Iaserj contraria a Constituição Federal e a Estadual. “Isto porque, ele é um patrimônio dos servidores do estado do Rio de Janeiro, que não pode ser demolido, ainda mais por um órgão federal como o Inca”, afirmou. Ordacgy disse, ainda, que os serviços do Hospital São Sebastião, que depois da desativação da unidade, passaram a ser prestados no Iaserj, não podem ser transferidos para o Hospital dos Servidores do Estado, como querem o governador Cabral e o Inca.

“Estive no HSE na semana passada, inspecionando as instalações que acolheriam o São Sebastião, e vi que são impróprias para isto. Enviei ofício ao diretor do HSE que me respondeu, por escrito, dizendo que o HSE não possui espaço físico no qual possa funcionar uma unidade que lida com pacientes atingidos por doenças infecto-contagiosas”, explicou. As minúsculas salas escolhidas para abrigar o São Sebastião ficam ao lado da maternidade do HSE.

Desmantelamento

Já foram fechados no Iaserj o Pavilhão Cirúrgico, a Emergência, a Pediatria, a Pneumologia, o Pólo de Hepatite, e vários consultórios viraram depósito de equipamentos valiosos que estão apodrecendo. Estão em pleno funcionamento, 16 leitos de CTI, mais de 400 leitos normais, o Ambulatório que, com várias especialidades, atende a servidores e pacientes do SUS, o Serviço de Pronto Atendimento, farmácia, vários laboratórios, CTI adulto e pediátrico, instalações do São Sebastião e dez andares com equipamentos de última geração, inaugurados pelo secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes, com verba da Assembléia Legislativa, em outubro de 2008, entre outros.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Maracanãzinho para o Eike

Nem sei mais o que dizer. As denúncias são tantas. Como já foi cantado pelos Paralamas do Sucesso: "variações do mesmo tema sem sair do tom", trecho extraído da música "Luiz Inácio (300 picaretas)".
Depois de ter reinventado o código de conduta, o (infelizmente) governador Sérgio Cabral atropela mais uma vez os interesses públicos, beneficiando o amigo empresário Eike Batista.
Segue matéria da Folha de São Paulo:

Governo do Rio cede Maracanãzinho para time de vôlei de Eike


DO RIO

O empresário Eike Batista e o governador Sergio Cabral estenderam sua parceria aos esportes. O RJX, time de vôlei recém-criado e que terá investimento de R$ 13 milhões do homem mais rico do Brasil, usará as instalações do Maracanãzinho para treinos e jogos. O ginásio será cedido ao time pelo governo do Estado.

O Rio não tinha um time de vôlei na liga masculina há 14 anos. Na liga feminina, o Unilever, treinado por Bernardinho, utiliza o Maracanãzinho apenas nos jogos.

Sergio Moraes-12.abr.11/Reuters
O empresário Eike Batista, dono do recém-criado time RJX, durante evento no Rio
O empresário Eike Batista, dono do recém-criado time RJX, durante evento no Rio

Eike foi o principal patrocinador da candidatura do Rio para a Olimpíada-16. O empresário doou R$ 10 milhões para o projeto, que foi escolhido pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). Eike também patrocina os projetos das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras), principal vitrine do governo Cabral.

Ao todo, Eike doou R$ 139 milhões para projetos do governo estadual nos últimos três anos, conforme a Folha revelou no mês passado. Desde 2007, o empresário recebeu isenções fiscais de R$ 75 milhões.

"A participação do governo do Estado no projeto consiste na cessão da infraestrutura do Maracanãzinho, que é a grande casa de competições do vôlei brasileiro. É inconcebível que o Rio tenha ficado tantos anos sem um representante na liga masculina", disse a secretária de Esportes e Lazer, Márcia Lins.

O projeto do RJX prevê a implantação de escolinhas de vôlei em cinco comunidades onde foram instaladas UPPs. A letra 'X' batiza todas as empresas de Eike -o bilionário acredita que a letra, símbolo da multiplicação, faz os negócios prosperarem.

Alexandre Arruda/Divulgação
Marlon comemora ponto pela seleção brasileira; levantador está no time de Eike
Marlon comemora ponto pela seleção brasileira; levantador está no time de Eike Batista

O time estreia na próxima quinta-feira, em amistoso contra o Cimed/Sky. O jogo terá portões abertos.

O RJX terá como supervisor técnico o ex-técnico da seleção brasileira, Radamés Lattari. O time será treinado por Marcos Pinheiro Miranda, o Marcão, medalhista de ouro nos Jogos de Barcelona-92.

Foram repatriados cinco jogadores, entre eles o ponteiro Dante, da seleção, que estava na Rússia. Além dele, estão no RJX o oposto Théo, o líbero Allan e o levantador Marlon.

Divulgação
O oposto Théo em ação pela seleção de vôlei
O oposto Théo em ação pela seleção de vôlei

O presidente da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), Ary Graça Filho, chegou a brincar com o fato de Eike estar investindo no vôlei.
"É sinal de que o vôlei vai bombar. Se o Eike botou a mão nisso, é porque vai dar dinheiro", afirmou, pedindo que outras empresas invistam no esporte.

TIME

O RJX só conseguirá reunir todo o elenco de 16 atletas por um período mais longo às vésperas da Superliga, que começa em dezembro. Com dez jogadores nas seleções principal, militar, de novos e juvenil, o calendário de competições no segundo semestre vai impedir que todos os atletas treinem juntos antes do principal campeonato nacional.

domingo, 28 de agosto de 2011

Cabral e a Supervia

Este vídeo traz uma comparação interessante sobre as promessas de campanha de Cabral e a situação dos trens no Rio. Lembro a todos que naquele momento Cabral ainda estava casado com Adriana Anselmo, advogada da Supervia.
Coincidência ou não, a Supervia não pagou nenhuma multa por estes fatos mostrados, já que Cabral anistiou a empresa.
Segue o vídeo.

Abraços!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Cabral e os passeios caros

Vejam essas denúncias da Folha de São Paulo sobre o uso do dinheiro público. Será que alguém ainda duvida que o Sérgio Cabral não respeita o povo e nem o cargo que ocupa?

Abraços!

Oposição pede que uso de jatinhos seja investigado no Rio

DO RIO

O deputado estadual Luiz Paulo Correa da Rocha (PSDB) vai pedir ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas a investigação do uso de aviões da Líder Táxi Aéreo fretados pelo governo do Estado do Rio.

Rocha afirmou que os aviões foram usados por motivos pessoais, e não a trabalho, quando transportaram diversas autoridades a Porto Seguro após o acidente que matou a namorada do filho do governador Sérgio Cabral (PMDB), em junho. "Aquilo não foi voo de serviço", disse.

Levantamento do gabinete do deputado mostra que o gasto do governo do Rio com jatinhos subiu 131%.

O contrato inicial foi de R$ 2,31 milhões, em 2007. Mas a empresa recebeu outros R$ 7,93 milhões em três aditivos.

O chefe da Casa Civil, Regis Fitchner, disse que os membros do primeiro escalão voaram a Porto Seguro a serviço.


Rivais pedem apuração de ida de Cabral às Bahamas


DE SÃO PAULO

Adversários do governador do Rio, Sérgio Cabral, querem que seja investigado se ele voou no jato do empresário Eike Batista para a capital das Bahamas, com escala em Manaus, em dezembro, informa reportagem de Gustavo Alves, publicada na Folha.

Orlando Oliveira - 12.nov.2009/AgNews
Avião da empresa EBX, de Eike Batista, que foi usado por Cabral e também já transportou a cantona Madonna, em sua visita ao Brasil em 2009
Avião da empresa EBX, de Eike Batista, que foi usado por Cabral e também já transportou a cantona Madonna, em 2009

Dados da Infraero mostram que um avião de Eike esteve no local no fim de 2010. O episódio foi narrado semana passada na rádio BandNews e descrito na segunda-feira (4) na coluna do jornalista Ricardo Noblat em "O Globo".

Após a polêmica sobre as viagens, o governo do Rio de Janeiro afirmou que iria publicar ainda nesta terça-feira (5) decreto criando um código de conduta ética válido para os servidores estaduais.

Entre os itens previstos no código está "evitar a ocorrência de situações que possam suscitar conflitos entre o interesse privado e as atribuições públicas do agente público".

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A farsa das UPPs

Impressionante! Vou resumir: comunidades com UPPs são violentas. Áreas não pacificadas são caóticas.
A verdade é que o carioca não sabe mais para onde olhar quando sai de casa: balas perdidas, assaltos, roubos de carga, boeiros voando...
Não tem como o povo estar mais abandonado. Ou será que tem? É melhor perguntarmos isso ao Cabral e ao Paes.
Segue matéria da folha:

Tiroteio assusta autoridades em cerimônia no Complexo do Alemão

DIANA BRITO

DO RIO

Um tiroteio entre criminosos e policiais militares assustou autoridades que saíam na manhã desta sexta-feira da cerimônia de inauguração de um centro judiciário no Complexo do Alemão, zona norte do Rio.

A cerimônia acontecia no posto de comando da força de pacificação. No momento do confronto, que ocorreu numa avenida próxima, os ministros Nelson Jobim (Defesa) e Cezar Peluso (presidente do Supremo Tribunal Federal) deixavam o local escoltados por seguranças e PMs do 22º Batalhão de Bonsucesso.

O governador Sérgio Cabral (PMDB), o secretário de segurança José Mariano Beltrame e a chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, já tinham saído do local.

A troca de tiros aconteceu por volta das 11h20, quando policiais militares do Batalhão de Bonsucesso abordaram dois criminosos numa Fiat Fiorino roubada. Os assaltantes furaram a blitz e um dos PMs efetuou um disparo contra o pneu do veículo.

A dupla iniciou o tiroteio na avenida dos Democráticos, em Bonsucesso (zona norte). Um deles conseguiu fugir para o complexo do Alemão. O segundo criminoso foi preso e levado para a 21ª DP (Bonsucesso), onde o caso foi registrado.

Segundo a PM, a Fiat Fiorino tinha sido roubada momentos antes. Os bandidos estavam em um carro Palio Weekend com outros dois comparsas quando abordaram a Fiorino, que levava uma carga de mercadorias vendidas na internet, como laptops, celulares e perfumes importados.

O motorista da Fiorino contou que os bandidos disseram que queriam apenas a carga. Eles transferiram a maior parte da mercadoria para o Palio.

Logo depois, dois bandidos escaparam no Palio, levando o motorista como refém, e os outros dois saíram com a Fiorino, quando foram abordados pela PM.

O motorista refém foi abandonado mais tarde em outro ponto da cidade. "Foi um pavor, eu tive que me manter tranquilo ou demonstrar tranquilidade para eles não fazerem nada comigo. Eu transportava 53 volumes, entre pacotes e caixas. Só restaram 4 ou 5 caixas dentro da Fiorino", destacou a vítima.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

"Eu não sabia", por Fernando Pezão

Com certeza ele aprendeu isso com Lula, grande aliado político dele e do Cabral.
Pois é, ele não sabia. Aí assinou a desapropriação de um imóvel da família de sua esposa. Detalhe: em imóvel avaliado em R$300 mil foram pagos R$ 470mil. Detalhe bobo.
Sabe o que entristece? Caso o Sérgio Cabral sofra impeachment, quem assume é o Pezão. Como colocado em outra ocasião em comentário de outro blogueiro, é como "lavar a casa com esgoto". Pois é.

Segue matéria da Época.

“Eu só assinei”, diz Pezão
NELITO FERNANDES
É com essa frase que o vice-governador do Rio tenta explicar por que o Estado pagou R$ 470 mil pela desapropriação da casa da cunhada de sua mulher

Flagrado na festa de um empreiteiro e na carona do jatinho de um empresário, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), assumiu o erro e lançou um código de ética para disciplinar a conduta dos servidores e da cúpula da administração fluminense. Se as regras fossem retroativas ou se tivessem sido criadas no início do ano passado, o código já poderia ser aplicado no caso do braço direito de Cabral na administração, o vice-governador Luiz Fernando de Souza, também conhecido como Pezão.

No dia 29 de janeiro de 2010, na condição de governador interino, Pezão assinou um decreto que beneficiou a família de sua mulher. Ele transformou uma casa de sua concunhada em local de utilidade pública e desapropriou o imóvel. O processo correu na Justiça em menos de seis meses, pois Pezão autorizou um pedido de urgência. Com a canetada do vice, o Estado pagou R$ 470 mil pelo imóvel, além das custas do processo. Casas semelhantes são oferecidas por R$ 300 mil no mercado local. O governo informa que quer transformar a propriedade em sede da Procuradoria do Estado na cidade. A pressa para o pagamento, porém, não se repetiu nas obras de adaptação do local. Mais de um ano depois do desembolso, a casa continua abandonada.

Quando Pezão assinou o decreto, o governador Sérgio Cabral estava em Londres, em visita oficial às obras para a Olimpíada. Cabral viajou no dia 29 de janeiro, segundo sua assessoria. Pezão assinou o decreto de número 42.269 assim que assumiu o cargo de governador. Uma das donas do imóvel era Ana Maria de Carvalho Horta Jardim, casada com Flavio Cautieiro Horta, irmão da mulher de Pezão, Maria Lúcia Horta. O cunhado do vice-governador atuou como advogado da família no processo de desapropriação.

Guillermo Giansanti e Fábio Costa
EM CASA
Ao alto, a casa comprada pelo governo em Barra do Piraí, no Rio. Acima, o decreto de desapropriação assinado por Pezão (à esq.). Ele disse que não sabia que o imóvel era da família

A denúncia contra a transação foi feita por Jefferson de Castro, morador de Barra do Piraí, autor de uma representação no Ministério Público (MP) local. Em resposta, o MP argumentou que o parentesco não significa, “necessariamente, violação ao princípio da impessoalidade, o que só se pode afirmar mediante evidências concretas”. O MP já fora consultado durante o processo da compra, como é praxe em desapropriações do tipo. E não se opôs.

A casa comprada pelo Estado tem 310 metros quadrados e fica na Rua Dona Guilhermina, no centro de Barra do Piraí, município de 95 mil habitantes no sul fluminense. A região é reduto eleitoral de Pezão. Antes de ser vice, ele foi prefeito de Piraí, cidade menor, vizinha.

O imóvel tem quatro suítes, duas varandas, uma sala, duas áreas de serviço e dependências de empregada. O terreno mede 300 metros quadrados. Ana Maria e seus dois irmãos ganharam a casa de presente dos pais em 2002, segundo o registro geral. De acordo com um alto funcionário da prefeitura de Barra do Piraí, a casa era oferecida por corretores por R$ 300 mil, sem interessados. Na mesma rua, outro imóvel com características semelhantes foi vendido na ocasião por R$ 300 mil.

Pezão disse a ÉPOCA que não sabia que a casa era da família de sua mulher. “Isso já veio pronto da Procuradoria-Geral. Eu só assinei. Eles compraram vários imóveis para fazer sedes regionais, esse foi só um deles”, afirma. Ele admite que convive com os cunhados e os encontra com frequência. Mas diz que em nenhum momento sua mulher, o irmão dela ou a concunhada o informaram sobre a venda. “A gente não conversa sobre isso. Eu não misturo assuntos de Estado com a família”, diz Pezão.

A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) informou, por meio de sua assessoria, que partiu do órgão a iniciativa de comprar a casa. Segundo a nota, a sede da PGE funcionava na mesma rua, em imóvel alugado. A negociação para a compra da sede antiga teria fracassado e, então, outras casas foram procuradas. De acordo com a PGE, o preço pedido inicialmente foi de R$ 520 mil, mas a família aceitou a contraproposta de R$ 470 mil. As obras ainda não começaram, porque aguardam licitação. “Foram considerados vários outros imóveis, mas o escolhido foi julgado o melhor, mais adequado e com bom preço”, diz a nota.

Pezão é uma figura carismática no governo Cabral e goza da simpatia da presidente Dilma Rousseff, que o chama de “Pezãozinho”. Alto, de vozeirão, ganhou o apelido por causa do pé tamanho 48, que lhe causa alguns constrangimentos. Em janeiro, durante as enchentes que assolaram a região serrana, Dilma viu que Pezão estava literalmente com os pés na lama. A presidente ouviu dele que não havia galochas para o tamanho de seu pé. No dia seguinte, Pezão recebeu da Petrobras um par de botas encomendado por Dilma. Ganhou também a admiração da presidente como gestor do Programa de Aceleração do Crescimento no Rio de Janeiro.

O código de ética lançado por Cabral na semana passada tem, entre outros objetivos, “evitar a ocorrência de situações que possam suscitar conflitos entre o interesse privado e as atribuições públicas do agente público”. No Artigo 7o, o código diz que “o agente público não poderá valer-se de seu cargo ou da função para auferir benefícios ou tratamento diferenciado, para si ou para outrem, (...) nem utilizar os meios técnicos ou recursos financeiros que lhe tenham sido postos à disposição em razão do cargo”. Além do conjunto de normas, Cabral formou também uma Comissão de Ética Pública, composta de “notáveis da sociedade”, de fora do governo, que deve avaliar os casos. Um bom debate para eles: o pezinho de meia que Pezão garantiu aos familiares de sua mulher foi ético ou não?

domingo, 21 de agosto de 2011

A propaganda é a alma do negócio

Para melhorar a sua imagem, Sérgio Cabral resolveu ficar em silêncio e investir em propaganda.
A lógica é perfeita: se "a propaganda é a alma do negócio", a ideia é investir alto para poder manter os negócios dos amigos funcionando. Afinal, nunca Eike Batista pode "investir" (leia-se comprar) o estado do Rio de Janeiro com tanta facilidade.
Segue curta com o que foi feito de REALMENTE importante por outras lideranças com o mesmo valor gasto por Cabral para limpar a sua imagem.

Abraços!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Patrimônio do Cabral

Ouvi falar de uma casa incompatível com o patrimônio do Sérgio Cabral, e aí fui investigar. O pior é que descobri que ela existe mesmo.
Segue matéria de um jornal online, o Brasil 247.

O caldeirão dos Cabral: dinheiro, poder e divórcio

O caldeirão dos Cabral: dinheiro, poder e divórcioFoto: DIVULGAÇÃO

O GOVERNADOR DO RIO DE JANEIRO, SERGIO CABRAL, TEM UM PATRIMÔNIO INCOMPATÍVEL COM SUA RENDA, COMO A MANSÃO DE LUXO EM MANGARATIBA. E AGORA ELE TERÁ AINDA QUE ADMINISTRAR O DIVÓRCIO COM SUA EX-MULHER E SÓCIA ADRIANA ANCELMO

15 de Julho de 2011 às 19:49

Por Claudio Julio Tognolli_247 - O governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, dispõe de patrimônio incompatível com sua renda, como a mansão de luxo em Mangaratiba. Seu salário de governador, R$ 17 mil mensais, teria de ser acumulado, continuamente, por 294 meses, ou 24 anos, para que pudesse comprar tal mansão, a ocupar um terreno de 5 mil metros quadrados, e avaliada em RS$ 5 milhões, juntando –se terreno mais valor da construção.

A revelação, da revista Época, ora nas bancas, e que avalia o construto de Mangaratiba em valor menor, R$ 1,5 milhão, apenas coroou um inferno astral (e fiscal) a colocar Cabral dentro daquela catalogação a que seu conterrâneo, o escritor Lima Barreto, dava o nome de “capadócio” (a significar, no dicionário, “trapaceiro, charlatão, malandro”).

Quem faz ponta nesse espetáculo bufo, que é a saga de Cabral como governador reeleito, agora é sua esposa e sócia, Adriana Ancelmo. O governador terá ainda de administrar a separação de Adriana, agora sua ex-mulher, mas ainda sócia. Teme-se que ela dê com a língua nos dentes e leia em voz alta as entrelinhas de documentos oficiais e oficialescos. Como a declaração de bens do governador Cabral.

Reeleito no primeiro turno, pelo Partido do Movimento Democrático, com 5,2 milhões de votos, ou 66,08% do eleitorado, Sérgio Cabral declarou os seguintes bens à Justiça Eleitoral, omitindo o real valor da mansão de Mangaratiba, que aparece, é óbvio, como tendo custado pífios R$ 200 mil:

Citibank R$ 413,69

Itau R$ 10.421,09

Itau R$ 6.385,49

Unibanco Banif Fund R$ 16.752,88

Dinheiro Em Especie R$ 35.000,00

Imovel Constituido Pelo Sitio Designado Pelo Nº 1-A, Situado No 10º Distrito Do Município De Mangaratiba, Estado Do Rio De Janeiro, Com Acessões E Benfeitorias R$ 200.000,00

Toyota Corolla Se 2006 R$ 70.000,00

Participacao Societaria Na Scf Comunicação E Participações Ltda Cnpj 28772767000143 R$ 90.000,00

Goldman S Multm Plus 4540 R$ 89.285,26

Lm Acoes Ibov Star 8569 R$ 48.751,10

Lm Multirenda 3099056 R$ 88.193,14

Lm Adv Top 29357 R$ 56.173,65

Lm Allocation 5 Mult 1563 R$ 68.446,75

Bnp Prime Di Fi 2460 R$ 63.271,37

Valor total dos bens declarados: R$ 843.094,42

As entrelinhas da declaração acima já são tornadas públicas. A revista Época (http://glo.bo/kOCRVd), por exemplo, estabeleceu que Sérgio Cabral recebeu empréstimos de familiares e assessores para comprar a mansão. Em cinco anos, refere Época, R$ 474.852,17 entraram em sua conta para que erigisse o portento de Mangaratiba.

O novo inferno de Sérgio Cabral é não sua separação, mas o tom em que ela se processa --e aí teme-se aquilo a que os cronistas de plantão batizaram de “efeito Niceia” (em referência a ex-primeira dama da cidade de São Paulo, Niceia Pita). Traída, ela revelou o esquema de corrupção do marido (http://bit.ly/rstMZ4).

Más companhias

Sabe-se que companhias que nivelaram seus destinos com Sérgio Cabral, em suas viagens, desagradaram a hoje ex-esposa Adriana Ancelmo. E olha que as tidas e havidas, pela ex-esposa, como “más companhias”, estavam lá, em suas viagens de júbilo, apenas para deixar Sérgio Cabral mais suave no viver, digamos. O efeito foi não foi incontroverso.

Tudo começa, veja você, no quadro inicial do inferno cármico que é, como se sabe, o de Cabral mandando prender bombeiros. E, quando a Justiça mandou soltá-los, piorando o carma do governador, ele pôde enfim tirar uns dias de folga. A intenção de Cabral era se recuperar da separação da mulher, então não divulgada publicamente. Mas um drama pessoal britou o meio do caminho. A namorada de seu filho mais velho, Marco Antônio Cabral, morreu na queda de um helicóptero em Porto Seguro, na Bahia.

O acidente tornou público um novo flagelo (e prática habitual do governador), que era tomar jatinhos e demais aeronaves, de empréstimo, em suas viagens, do empresário Eike Batista. Segundo a assessoria do Palácio Guanabara, o bilionário cedeu a aeronave para que Cabral, seu filho Marco Antônio e amigos da família, chegassem a Porto Seguro em segurança. Cabral pegou o jato emprestado do empresário Eike, do grupo EBX, para ir à Bahia, em congraçamento dos festejos de aniversário do dono da Construtora Delta, Fernando Cavendish, protagonizados em um resort. A queda do helicóptero na Bahia gerou a morte de sete pessoas: Cavendish perdeu a mulher, Jordana, e o enteado, Luca. Fernando Cavendish, o "Rei do Rio" tem na Delta uma das campeãs em obras no estado: a empreiteira assumiu quase 80% do sistema de medição de consumo de água da Cedae, a empresa carioca do setor. A Delta faz parte, por exemplo, do consórcio que irá reformar o estádio do Maracanã, cujo orçamento saltou de R$ 459 milhões para R$ 1 bilhão.

É público que o governo Cabral já desembolsou mais de R$ 1 bilhão a essa Delta de Cavendish. Pelo menos R$ 207 milhões foram gerados de contratos assinados com dispensa de licitação, a chamada “notória especialização” (http://bit.ly/oEURco) . Eike, que emprestou o avião para Cabral, por exemplo, recebeu R$ 79,2 milhões em benefícios fiscais para a EBX durante a gestão cabralina.

Entrelinhas

Outras entrelinhas das entrelinhas dos bastidores acima já são lidas por aí. Por exemplo: o deputado federal Anthony Garotinho anunciou em seu blog que o governador Sergio Cabral se separou da mulher com os devidos esmeros de capadócio. Segundo o deputado, "a separação não foi nada amistosa e teve direito a barraco com palavrões de ambas as partes e adjetivos ofensivos, tudo impublicável, na frente de seguranças e assessores. Adriana Ancelmo já abriu mão de suas Ajudantes de Ordens e da escolta da segurança a que teria direito. Segundo soube por que não quer que os seguranças de Cabral monitorem a sua vida. Cabral já saiu do apartamento no Leblon, pelo menos temporariamente".

Garotinho disse ainda: "Bem, agora não resta mais dúvida, só os colunistas do jornalismo global estão calados, obviamente ou porque não podem falar do assunto, ou porque não querem irritar Cabral" .

Pessoas ouvidas pelo Brasil 247 referem que a ex-esposa de Cabral anda por aí divulgando facilidades para depois vender dificuldades (para Cabral). A principal delas: o senso de “duplicidade” de Cabral – aliás termo vastamente empregado pelo seu mesmo conterrâneo, Lima Barreto. Adriana acha que Cabral não soube apenas enganá-la: mas embaí-la.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Hotel Glória: patrimônio histórico destruído

Quanto vale o patrimônio histórico do nosso estado?
Faça esta pergunta a qualquer cidadão fluminense e ele responderá: muito.
Agora faça esta mesma pergunta ao Sérgio Cabral, Eduardo Paes e Eike Batista. A resposta será: a amizade.
Loucura? Não sei. Sinceramente já não sei mais o que pensar. Estou desanimando de verdade.
Tantas denúncias, tantos absurdos e nada. Literalmente NADA.
É só pesquisarmos um pouco na internet e percebemos a sujeira do governo Cabral. Meu Deus, a que ponto chegamos?
Explico: depois de tantos absurdos denunciados aqui e em tantos outros sites, agora alo sobre o Hotel Glória.
Sou carioca apenas de certidão, pois morei muitos anos em São Paulo e depois me mudei para o interior do estado, mas sei que a história do Hotel se confunde com a própria história do Rio.
Quando o hotel foi vendido para o Eike Batista, fiquei preocupada, mas não imaginava que o hotel seria destroçado da maneira que foi.
Resumindo, um grande desrespeito à memória da cidade do Rio de Janeiro.
Painéis da década de 1960 pintados à mão pelo artista português João Martins foram marretados sem a menor piedade. Isso mesmo, marretados. Completamente destruídos.
Será que era impossível retirar cuidadosamente esses painéis (que eram de azulejo), colocar em um suporte e, ao menos, mandar para a família do pintor? Ou então mantê-los no único quarto do hotel que, segundo Eike, foi preservado?
Segue cópia da carta da filha do pintor enviada à Assessoria de Imprensa do Hotel:

Meu pai, o artista plástico João Martins, sempre disse: “Minha filha, dinheiro não significa cultura”.

Ontem, diante da triste notícia que recebi, tive certeza disso. A assessoria do milionário Eike Batista, que comprou o Hotel Glória, no Rio, admitiu (após uma nota que saiu na coluna Victor Hugo, do jornal A GAZETA, no dia 25/01/2011, informando que a família Martins estava atrás de notícias das obras) que, realmente, os seis painéis de azulejos pintados à mão pelo meu pai, em 1960, a pedido do senhor Eduardo Tapajós, não “puderam ser mantidos no Hotel Glória”. Por e-mail, a assessoria alega que “por estarem chumbados em paredes de concreto não puderam ser removidos”. Portanto, a obra de arte foi, simplesmente, destruída.

Guardo, até hoje, o cartão-postal que meu pai escreveu para minha mãe, quando estava colocando os painéis no Hotel Glória. Ainda novo, recém-chegado de Portugal, dizia: “Estou sendo tratado como rei, não se preocupe”.

No começo de 2008, estive pela última vez no Hotel Glória, visitando o Salão Rugendas, e todos os painéis estavam lá, preservados. Impecáveis. Como mostram as fotos. Os painéis pintados à mão – e queimados no forno – pelo meu pai na cerâmica da qual era dono em São Paulo, entre as décadas de 1960 e 1980 – conhecida como Atelier Artístico Martins, no Morumbi – ficaram no Hotel Glória por mais de 50 anos.

Minha alma dói diante de tanta falta de sensibilidade (até porque, desde o começo das negociações para a venda do imóvel, entrei em contato várias vezes com as assessorias, não só do Hotel Glória, mas também do barco Pink Fleet, que pertence ao milionário. Inclusive escrevi um e-mail para o próprio Eike Batista.

Caso tivessem me dado retorno, certamente o destino dos painéis seria outro. Custo a acreditar que as obras não pudessem ser removidas (tenho certeza de que se meu pai estivesse vivo, certamente saberia como retirá-las das colunas, até porque era um mestre nessa e em outras artes).

Ontem (31/01/2011), saiu mais uma nota na coluna Victor Hugo informando sobre a destruição dos painéis. Fico aqui a imaginar uma marreta quebrando tudo, sem piedade.

Trajetória

Seria difícil, em poucas linhas, contar a história de meu pai, um português que veio de Coimbra, para o Brasil, em 1954, e que já nasceu com o dom das artes. O que posso dizer é que durante as décadas de 1960 e 1980 ele fez vários trabalhos, principalmente em São Paulo, para a sociedade paulistana, incluindo Juscelino kubitschek, Ulisses Guimarães, Olavo Setúbal, o playboy Baby Pignatari – que na época era casado com a princesa Ira de Furstenberg -, e muitos outros. Também trabalhou um tempo com Burle Marx, além de ter trabalhos em outros lugares do Brasil. Também foi diretor artístico da cerâmica Ornato, em Vitória, e da cerâmica Eliane, em Criciúma, onde deixou centenas de trabalhos.

Meu pai não era, com certeza, um empresário, tanto que tudo que ganhou perdeu. Tinha alma de artista. Ele gostava mesmo era de se trancar e fazer arte (cerâmica, pintura em telas, esculturas, entre outras). No final da vida, era só o que fazia. Mas, já desiludido com a desvalorização da arte, deixou uma carta, onde comunicava aos filhos que todas as obras feitas por ele nos últimos anos não deveriam ser vendidas ou doadas, mas permanecer com os cinco herdeiros.

Por isso, hoje, meu pequeno apartamento parece uma galeria de arte (nem tenho onde colocar tantas obras). Mas, pelo menos, elas estão aqui, preservadas. Na verdade, tem uma frase que certa vez meu pai me disse que resume bem sua alma de artista:

“Minha querida quando vendo uma obra, é como se estivesse vendendo um filho”. Alguém assim, vamos concordar, jamais saberia mensurar em cifrões o seu trabalho. Era apenas pura inspiração. Arte pela arte.

Os painéis do Hotel Glória eram apenas uma parte do acervo de mestre João Martins – que, por ironia do destino, tem muitas obras assinadas como João Ninguém (em mais um momento de pura inspiração). E eu estou em busca de todas elas. Peço, gentilmente, que as pessoas que tiverem obras dele, por favor, entrem em contato comigo. Quero apenas as fotos para documentá-las. E caso não as queiram mais, gostaria de ficar com elas. O que não quero é que tenham o mesmo destino dado aos painéis do Hotel Glória. E talvez, num futuro, colocar à disposição numa fundação.

Quero agradecer imensamente a jornalista Claudia Feliz, que descobriu toda essa história através de uma mensagem minha no Facebook. Ela identificou a importância de publicar uma nota, sem a qual eu jamais saberia o trágico destino dado aos painéis do Hotel Gloria.

Atenciosamente
Rachel Martins

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Pezão agradece à Delta

Em meio a crise do governo, o vice governador, Luiz Fernando Pezão, perdeu uma ótima oportunidade de permanecer em silêncio, assim como fez o governador, Sérgio Cabral.
Veja matéria que saiu e jornal no Paraná:

Pezão agradece empreiteira ao inaugurar teleférico no RJ

Chamado de "Pai do PAC" pela presidente Dilma Rousseff, o vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), comemorou como uma vitória sobre os "ministérios públicos" a inauguração do teleférico do Complexo do Alemão. Em seu discurso, ele também agradeceu às empreiteiras responsáveis pela obras. Citou, inclusive, a Delta Construções - empresa que está no centro da pior crise política enfrentada pelo governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) desde que ele assumiu seu primeiro mandato, em janeiro de 2007.

"Ninguém sabe no Brasil mais do que a senhora (Dilma Rousseff) o que é fazer obra pública neste País", disse Pezão. "Eu queria aqui dividir esse momento (...) por nós estarmos celebrando de vencer a burocracia toda, de vencer os ministérios públicos, de vencer todas as dificuldades que existem num processo como esse", argumentou o vice-governador.

Pezão comentava as dificuldades de se fazer obras públicas no Brasil quando se declarou vitorioso em relação aos órgãos responsáveis pela "defesa dos direitos sociais e individuais, da ordem jurídica e do regime democrático", conforme explica a página da Procuradoria Geral da República (PGR) na internet.

Braço direito e possível candidato à sucessão de Cabral (PMDB), Pezão também fez questão de agradecer à engenharia brasileira, antes de citar todas as empresas responsáveis "por essa obra extraordinária". Ao falar da Delta Construções, Pezão poupou Cabral do constrangimento de fazer menções à empresa.

Há 20 dias, Cabral pegou um jato emprestado do empresário Eike Batista, do grupo EBX, para ir à Bahia participar dos festejos de aniversário do dono da Delta em um resort. A queda de um helicóptero que servia aos familiares do político e do empreiteiro provocou a morte de sete pessoas e tornou pública a intimidade entre os dois. Cavendish perdeu a mulher, Jordana, e o enteado, Luca. No helicóptero também estava Mariana Noleto, de 20 anos, namorada de Marco Antonio Cabral, filho do governador.

Pezão havia acabado de chegar à Sicília, na Itália, para passar férias quando ocorreu o acidente. Pegou o primeiro voo de volta ao Brasil para ajudar o governador a tentar administrar a crise. O governo Cabral já pagou mais de R$ 1 bilhão à Delta, de Cavendish. Pelo menos R$ 207 milhões têm origem em contratos assinados com dispensa de licitação. Eike, que emprestou o avião para Cabral, recebeu R$ 79,2 milhões em benefícios fiscais para a EBX durante a gestão do peemedebista. Para tentar contornar a crise, o governador editou um código de conduta para a alta administração estadual e vem concedendo aumentos e benefícios ao funcionalismo.

domingo, 14 de agosto de 2011

Garotinho desafia PMDB

Desde já afirmo: nunca fui fã da família Garotinho. Nunca mesmo.
No entanto, pela primeira vez concordo com ele: o Cabral aluga aparelhos de ar condicionado para as escolas públicas ao invés de comprá-los, concede incentivos fiscais absurdos, entre outros.
E aí vem a proposta final: Garotinho desafia, diante da crise política e várias denúncias, o PMDB através de qualquer um de seus representantes, a defender Sérgio Cabral.
E aí, alguém se habilita?

Abraços!


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

PMDB quer saber se somos otários

Não sei se sinto repúdio ou pena. O PMDB encomendou uma pesquisa para saber se o povo tem ou não memória curta. Ou pior, se estamos alienados à tudo que está acontecendo. Será? Espero que não.
Espero mesmo que o povo do estado do Rio esteja refletindo sobre tudo isso. Espero poder ter certeza de que quem for apoiado por Cabral, inclusive Paes, não permaneça no poder.
Gente, chega de desrespeito. Façamos do nosso voto uma real arma contra a corrupção e o desrespeito, lema principal deste blog.
Vamos cuidar mais do nosso maior patrimônio, o público.
Neste caso, repito: você entregaria uma procuração a alguém que você não conhece ou sabe que tem atitudes ilícitas para que esta pessoa administre os seus bens particulares? Daria para confiar? Da mesma forma, vamos analisar os nossos votos. Pelo nosso bem, do nosso país e do patrimônio público.
Segue matéria do Estadão.

Abraços!

Após crises, PMDB vai avaliar popularidade de Cabral

O PMDB fluminense encomendou uma pesquisa para medir o impacto eleitoral das crises enfrentadas pelo governador Sérgio Cabral no último mês. Entre sexta-feira e domingo, uma empresa contratada pelo partido vai às ruas para perguntar à população se Cabral ultrapassou limites éticos ao viajar no jato particular de Eike Batista e ao participar da festa de aniversário do dono da empreiteira Delta, que tem contratos de R$ 1 bilhão com seu governo.

Há 50 perguntas no questionário, elaborado pelo instituto de pesquisas e aprovado pelo diretório regional do partido. Pelo menos 15 itens avaliarão as relações entre Cabral e os empresários. As eleições municipais de 2012 são a preocupação imediata das lideranças do PMDB do Rio, pois Cabral é considerado um cabo eleitoral implacável no Estado. Os dirigentes peemedebistas acreditam que a imagem do governador não foi arranhada pelos dois episódios, mas adotam uma posição de "cautela" para traçar as estratégias da legenda no próximo ano.

O partido quer saber qual o nível de conhecimento dos eleitores em relação ao envolvimento de Cabral com os empresários, além de sua opinião sobre a conduta do governador. A pesquisa também pedirá aos eleitores que avaliem a atitude do governador durante os protestos dos bombeiros do Estado, que ocuparam o quartel-central da corporação no dia 3 de junho e foram presos, por ordem de Cabral. Na ocasião, o governador chamou os manifestantes de "vândalos" e "irresponsáveis", mas admitiu que estava errado semanas depois. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Código de Conduta: a reinvenção

Cabral reinventa um código de conduta que já existe. Fantástico! Sabem por que ele "reinventou"? Pois ele acrescentou um bônus de R$ 400!
Na prática: receber um presente de R$ 400: sem problemas! E se o "brinde" for de R$ 401? Bem, isso já é falta de ética ou "conflito de interesse". Entenderam?

Abraços!

Código de Conduta do Governo do RJ entra em vigor e permite "brinde" de até R$400

Lilian Venturini, do estadão.com.br

A edição desta terça-feira, 5, do Diário Oficial do Rio de Janeiro traz o decreto 43.057, também conhecido como o código de conduta de agentes públicos prometido na semana passada pelo governador do Estado, Sérgio Cabral (PBDB). O texto foi elaborado após o governador ter revelada suas relações pessoais com empresários. Segundo comunicado enviado à imprensa, o governo do Estado passa a adotar o código do Governo Federal. O texto carioca, no entanto, trouxe alguns ajustes.

Entre eles está a regra para definir em quais condições o agente público pode receber “brindes”. No código federal, fica estabelecido que o presente é permitido quando distribuído “a título de cortesia” e não ultrapasse o valor de R$ 100. Já a versão assinada por Cabral aumentou o limite para R$ 400.

O código [clique aqui para ver a íntegra; é preciso se cadastrar no site] já está em vigor e deve ser seguido pelo governador e vice, além de secretários, subsecretários e altos cargos de autarquias e fundações mantidas pelo Estado. Em linhas gerais, o texto tem por objetivo evitar situações que gerem conflito de interesse entre setores privado e o agente público. Segundo o texto, o agente não pode usar o cargo para “auferir benefícios ou tratamento diferenciado” ou ainda receber “presentes, transportes, hospedagem”.

O decreto cria ainda a Comissão de Ética da Alta Administração (CEAA), responsável pela implementação do código e apuração de denúncias. Quem desrespeitar, pode ser punido com censura ética, exoneração do cargo ou dispensa da função de confiança.

A promessa de instituir o código foi feita publicamente por Cabral na semana passada em meio à repercussão negativa da revelação de sua ligação com empresários como Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, e Eike Batista, do grupo EBX. Ambos mantêm contratos com o governo estadual.

Ao Estado, especialistas em política e direito administrativo lembraram que a Constituição Federal já determina regras de conduta a agentes públicos.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Cabral e os amigos ricos

Quem tem amigo em tudo, não é mesmo? Que o diga Sérgio Cabral, amigo de empresários de diversos ramos, inclusive o irmão do prefeito Eduardo Paes, que é banqueiro.
Leiam a matéria que saiu no Estadão sobre o "abrigo amigo" de Cabral:

Após divórcio, Cabral mora em apartamento de banqueiro

Segundo assessoria do governo do Rio, residência oficial não teria 'condições imediatas' para morar; caso vem na sequência de revelações sobre relações entre o governador e empresários

Felipe Wernek, da Agência Estado

RIO - A Assessoria de Imprensa do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), confirmou nessa segunda-feira, 11, que ele se mudou para um apartamento emprestado por Guilherme Paes, um dos sócios do banco BTG Pactual e irmão do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), após se separar da advogada Adriana Ancelmo. O divórcio do casal foi oficializado no dia 5. A informação de que Cabral havia se mudado para o apartamento do banqueiro, no Leblon, zona sul, foi publicada na tarde de domingo, 10, no blog do ex-governador fluminense e deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ), adversário político de Cabral.

O prédio fica na esquina da Avenida Delfim Moreira com a Rua Rainha Guilhermina, em um dos endereços mais valorizados da cidade. "O governador se separa, pede ao amigo e prefeito Eduardo Paes o apartamento do irmão para uso por uns dias. O Paes fala com o irmão - que tem zero negócios com o Estado", informou a assessoria do governador.

O prefeito confirmou o relato. "Sou amigo do governador, que está se separando. Ele me fez um pedido. É uma situação pessoal. O apartamento pertence ao meu irmão, que mora em São Paulo. Quem pediu fui eu. E pediria quantas vezes fosse necessário. Não existe nenhum conflito de interesse", disse Paes.

O governo informou que estava prevista para a noite de segunda a mudança de Cabral para o Palácio Laranjeiras, residência oficial de chefes do executivo fluminense. Do início do primeiro mandato, em 2007, até a separação, Cabral viveu em apartamento da família no Leblon. "O Palácio das Laranjeiras não tinha condições imediatas para morar, porque teve que resolver, antes, problemas elétricos, hidráulicos e de infiltrações", acrescentou a assessoria do governador.

Crise. Cabral enfrenta a pior crise política de seus quatro anos e meio de governo, desde que se tornou pública, no mês passado, sua relação de amizade com os empresários Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, e Eike Batista, do grupo EBX. O governador usou um jato de Eike para ir à Bahia participar dos festejos de aniversário de Cavendish. Na ocasião, um helicóptero que servia a parentes do político e do empreiteiro caiu, provocando a morte de sete pessoas. Cavendish perdeu a mulher e o enteado. Mariana Noleto, namorada de Marco Antonio, filho do governador, também morreu.

A Delta recebeu mais de R$ 1 bilhão em contratos na gestão Cabral e o grupo EBX obteve R$ 79,2 milhões em benefícios fiscais no mesmo período. O caso provocou protestos da oposição na Assembleia Legislativa e está sendo investigado pelo Ministério Público.