quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Cabral assume erro

"Eu errei quando chamei os bombeiros de vândalos", diz Sérgio Cabral em momento de total desespero político.

Caros amigos,

O (infelizmente) governador passa, hoje, por um momento crítico em seu governo.
Este que sempre viu sua carreira política alavancada e crescimento do número de aliados (partidos, pessoas públicas, empresários), começa a vislumbrar a queda.
Bem que dizem por aí: quanto mais alto, maior a queda.
Cabral começou a fazer de seu sucesso político uma blindagem. Acredito que por isso começou a fazer comentários pavorosos desmerecendo os profissionais para quem em sua campanha prometeu valorizar. "Vândalos", "Irresponsáveis", "Vagabundos" e "Preguiçosos" são alguns termos utilizados por Cabral para definir seus funcionários públicos que recebem um salário miserável, como já foi denunciado neste e em tantos outros blogs.
Cabral não percebeu que seu telhado era de vidro e que uma tragédia poderia despertar ainda mais a ira do povo que o aclamou. Nem mesmo a proteção da grande mídia fluminense foi capaz de conter o escândalo. Contratos sem licitação, privilégios concedidos à empresários, que foram premiados com passeios de jatinho e festas em resorts, entre outros absurdos, começam a ser escancarados.
E Cabral se cala, recua, pede desculpas, anuncia erro, comunica código de conduta...
Telhado de vidro, Cabral. Agora ficou complicado. É possível consertar vidro, governador? Ou o senhor vai permanecer em silêncio, esperando a poeira baixar, testando a famosa "memória curta" do povo? Cadê seus aliados, seus amigos?
Dizem por aí que é melhor ser amigo do rei do que ser o próprio rei. Eis uma verdade. Parece que seus "amigos" sairão ilesos (ou fugirão rápido, antes que respingue escândalo neles) disso tudo. Quem cai é sempre o rei.
Ainda percebo, para sua sorte e minha total tristeza, que ainda existem pessoas que não veem como o senhor brincou com o dinheiro público, menosprezou o povo, seus eleitores, privilegiou alguns poucos e esqueceu da maioria.
A maquiagem das UPPs, as UPAs (estas em parceria com o governo federal e várias prefeituras), as Olimpíadas e a Copa do Mundo ainda dividem a população sobre a sua imagem enquanto político.
Mas lembro que as obras para os megaeventos estão atrasadas, superfaturadas, as vias expressas nem foram construídas e já se fala em cobrança de pedágio de algo que NEM EXISTE, além da violência e atuação de milícias em áreas já "pacificadas". Quais serão as vantagens desses eventos para o povo, governador?
Talvez arregaçar as mangas e começar a colocar tudo no eixo seja a melhor solução. Conceda aumentos, e não só anistia, aos bombeiros, professores, médicos. Comece a cobrar os impostos dos empresários. Inaugure obras REALMENTE importantes. Resolva o problema dos transportes públicos. A região dos Lagos está abandonada e o senhor retira as vans de circulação, nossa solução de transporte em meio ao caos. E pare, imediatamente, de brincar com o povo.

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