quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Centro do Rio

Não sei se todos sabem, mas amo o centro do Rio. Não pela vida boêmia ou pela malandragem da Lapa, mas pela história que este pedaço tão importante do país conta.
Ao caminhar pelas ruas do Rio, por várias vezes, me pegava imaginando um Machado de Assis ranzinza de bengala circulando por aquelas ruas estreitas, ou ainda os vestidos elegantes que passavam pela Cinelândia ou os famosos chapéus Panamá desfilando em cabeças pela Lapa.
Pois bem, parece que isto está, vagarosa e silenciosamente, desaparecendo.
Explico: ao "me perder" por aquelas ruas estreitas na noite da última sexta-feira, vi máquinas, demolições e prédios espelhados (leia-se: completamente desconectados do entorno e da realidade dos trópicos) e "modernos" (como se moderno representasse a aniquilação do passado).
Fiquei triste.
Não pelo crescimento da cidade, que alguns poderiam dizer ser "natural" ou "benéfico". Este argumento não é válido, pois basta percorrer a Avenida Presidente Vargas e algumas vias expressas da cidade que rapidamente percebemos que não é por falta de espaço que a cidade deixará de crescer. Existem, nas vias citadas e em outras, terrenos e galpões abandonados que poderiam ser utilizados para este fim.
O que realmente entristece é a forma como o nosso passado vem sendo destruído, sem o menor cuidado ou preocupação do povo e da mídia.
Existe um movimento de artistas globais contrário à construção da Usina de Belo Monte, lá na Amazônia. Deixo claro que também sou contra a construção, tanto pelos motivos citados pelos artistas quanto por diversos outros que não caberiam nesta postagem (não só pelo espaço, mas para não haver fuga do tema).
Se há um movimento de CARIOCAS em prol da preservação da Amazônia, por que não se cria um movimento pela preservação do nosso patrimônio?
Lembro a todos que o Hotel Glória e seus painéis foram dizimados pelo Eike Batista, novo dono do estado do Rio, conforme publicado aqui em postagem anterior.
Está na hora de nos unirmos, pelo bem do nosso patrimônio.
Vamos ver se os nossos artistas se mobilizam, já que o povo é motivado por eles.
Abraços!

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